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Arquivo

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Nessa sessão do site, serão apresentados projetos antigos do Grupo do Trecho, anteriores à série Ponto Cego, que não estão mais ativos, mas que constroem a trajetória do grupo até as metodologias, estéticas e comprometimentos políticos dos trabalhos atuais. Desde a sua fundação houve o interesse imediato de que a ação artística não ficasse circunscrita em seus ambientes institucionais, a compreensão de que ser artista permitia uma espécie de passaporte bizarro que autorizava a entrada nos mais diversos ambientes e contextos, podendo romper radicalmente com a lógica capitalista (burocrática, colonial e segregadora) das especializações de trabalho e estratificação em classes sociais. 

A primeira pesquisa do grupo, Sapato Sujo na Soleira da Porta, se deu em albergues de acolhida para pessoas em situação de rua em Campinas e em São Paulo. Em sequência, o trabalho Contos de Lua no Chão, foi realizado no Largo de Santa Cecília e seus arredores, junto às pessoas em situação de rua, em sua maioria usuárias de crack. Eis que ocorre a primeira imersão do grupo no Sistema Penitenciário, a partir do Projeto Ausências, que partiu de um processo artístico-pedagógico continuado com mulheres então detidas no Centro de Progressão Penitenciária Feminino "Dra. Marina Marigo Cardoso de Oliveira" do Butantan - regime semi-aberto. A intensidade desse processo exigiu um mergulho mais denso no tema e nas metodologias de trabalho para conseguir materialidades artísticas capazes de fazer uma frente de luta sólida que embatesse o sistema, que desembocou na série Ponto Cego.

Desde o início e através de todos esses projetos já estava se concebendo o caráter transdisciplinar no grupo e o interesse em se abrir espaços de debate e de construção de conteúdo crítico que pudesse se estender além do acontecimento artístico isolado, como foi o caso dos três diferentes números da Revista No Trecho, cada um relacionado com um dos processos supracitados.

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