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A Série

Série Ponto Cego

A estrutura do olho humano impõe ao campo de visão um ponto cego natural. Sua origem é atrelada à falta de células fotorreceptoras na superfície da retina, na porção posterior do órgão. Uma vez que não existem células sensíveis para detectar a luz nessa área do disco óptico, a parte da imagem projetada sobre tal região não é reconhecida pelo sistema nervoso, logo, não é enviada como informação ao encéfalo. Durante o processamento da imagem, o cérebro preenche esse ponto com outras informações e a imagem conscientemente formada mostra-se sem vazios.

O projeto Ponto Cego, parte do pressuposto de que os Estados Nacionais Homogêneos Transcapitalistas se constroem através de uma relação simbiótica entre crime organizado, forças armadas, polícia e instituições penitenciárias. Entretanto, condicionamentos sociais moralistas ostensivos, mantêm esses espaços e modos de atuação ocultos, transformando-os em uma espécie de ponto cego coletivo.

O Grupo do Trecho, desde 2010, está imerso em um processo de pesquisa que foca a ação policial do Estado, especialmente através do Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo. Tal investigação resulta em um complexo de materialidades artísticas. Cada uma delas tangencia esse universo a partir de uma perspectiva singular, buscando forçar a mirada a esse contexto sequestrado da esfera pública.

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